Os indicadores macroeconômicos podem influenciar os rendimentos dos investimentos de renda fixa, tornando necessário entender esse mecanismo para obter o máximo retorno
A macroeconomia pode influenciar no desempenho dos investimentos em renda fixa, pois fatores como inflação, juros, crescimento econômico e política monetária afetam a rentabilidade e o risco desses ativos.
Entender esse impacto é essencial para tomar decisões mais bem fundamentadas e estratégicas ao investir em títulos de renda fixa, visando alcançar resultados melhores com seus investimentos.
Neste artigo, vamos explorar os efeitos da taxa de juros, da inflação e das políticas monetárias sobre a rentabilidade dos títulos de renda fixa. Também vamos explicar qual é a relação que existe entre crescimento econômico e demanda por renda fixa, além de apresentar os riscos macroeconômicos que podem afetar os resultados dos investimentos.
Este conteúdo não é uma recomendação de investimento.
Efeito das taxas de juros na rentabilidade dos títulos
A taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) tem impacto direto e considerável na rentabilidade dos títulos de renda fixa.
Quando a Selic sobe, os rendimentos de títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic, tendem a se beneficiar. Assim, quando a taxa de juros está alta, esses investimentos passam a ser mais atrativos.
Já quando a Selic cai, os títulos pós-fixados tendem a render menos, enquanto os títulos prefixados e ligados ao IPCA (o índice oficial da inflação no Brasil) ficam mais atrativos para os investidores.
Impacto da inflação no poder de compra dos rendimentos
Outro fator macroeconômico que influencia os investimentos de renda fixa é a inflação. Entender o impacto da inflação é importante para avaliar se os investimentos estão realmente crescendo em termos reais, ou seja, se mantêm ou aumentam seu poder de compra ao longo do tempo.
No caso de títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic, o impacto é menor. No entanto, se a inflação estiver mais alta que a Selic, o rendimento real pode ser negativo.
No caso dos títulos prefixados, como o nome sugere, os rendimentos são fixos. Assim, se a inflação superar a taxa de juros previamente combinada, o investidor perde em termos reais. Mas, se a inflação for menor, o ganho real será maior.
Já no caso dos títulos híbridos, como o Tesouro IPCA+, eles costumam preservar o poder de compra ao longo do tempo, desde que mantidos até o vencimento, embora o valor de mercado possa oscilar no curto prazo.
Política monetária e suas consequências para o mercado financeiro
As políticas monetárias são um dos principais instrumentos usados pelos bancos centrais para controlar a inflação, estimular o crescimento econômico e manter a estabilidade financeira.
Suas decisões têm efeitos diretos e indiretos em praticamente todos os ativos do mercado financeiro, incluindo os investimentos de renda fixa. Por exemplo, as alterações na Selic têm efeito cascata em todos os ativos. Por isso, os investidores devem prestar atenção às políticas monetárias para tomar decisões de investimento mais conscientes.
Relação entre crescimento econômico e demanda por renda fixa
Em alguns cenários de expansão econômica, especialmente quando a inflação está controlada, os juros podem cair. Com juros baixos, os títulos de renda fixa tradicionais (pós-fixados) rendem menos, o que pode levar os investidores a migrarem para ativos de maior risco, como ações, fundos multimercado, entre outros.
Assim, o crescimento econômico, em geral, diminui a demanda por renda fixa conservadora, pois os juros são mais baixos e há maior apetite por risco. O contrário também é verdadeiro: em tempos de recessão econômica, com juros altos e maior aversão ao risco, a demanda por renda fixa tende a aumentar.
Riscos macroeconômicos que podem afetar o investimento
Os principais riscos macroeconômicos que podem afetar o desempenho dos investimentos são a inflação, que reduz o poder de compra dos rendimentos e a taxa básica de juros, que influencia na rentabilidade da renda fixa. Outros aspectos, como o crescimento econômico (PIB) e o risco fiscal, além de crises políticas e riscos regulatórios (mudanças nas regras) também podem impactar.